Não é raro o médico veterinário atender paciente cujo tutor se nega a realizar os exames necessários ou mesmo tem dificuldade em aderir ao tratamento prescrito.
As razões podem ser as mais diversas, desde dificuldades financeiras ou de organização familiar, até mesmo em razão da personalidade do animal que, muitas vezes, não contribui para as ações de tratamento.
Sendo assim, o primeiro caminho a seguir é sempre o diálogo, a fim de descobrir a razão pela qual o tutor não quer ou não pode seguir com os exames ou tratamento recomendado. Desta forma, muitas das vezes, veterinário e cliente conseguem chegar, juntos, a um consenso de tratamento ao qual o tutor consiga aderir e seja suficientemente eficaz.
Entretanto, seja qual for a razão que está impedindo o tutor de seguir conforme as recomendações, o veterinário não deve permitir que o cliente se imponha a ponto de comprometer o tratamento que entender ser necessário.
Isso, pois o médico é responsável pelo tratamento proposto ao paciente e, um erro de diagnóstico decorrente da não realização de um exame, por exemplo, pode levar a um tratamento incorreto que poderá acarretar em responsabilização.
Da mesma forma, se o veterinário verifica que o tutor não está aderindo ao tratamento, o prognóstico também será afetado, podendo, da mesma forma, trazer algumas complicações.
Assim, não sendo possível ajustar com o tutor uma forma segura de realizar o diagnóstico ou prosseguir com o tratamento, é recomendável que o médico veterinário se afaste do atendimento, caso a situação não se encontre nas previsões do Código de Ética onde o médico está obrigado a prosseguir com o atendimento.
Não se pode esquecer, contudo, que mesmo nos casos em que for necessário se afastar do atendimento ao cliente, o médico veterinário deve manter a postura ética e indicar ao tutor outros colegas, de forma a não deixar o paciente desamparado.
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